Coordenadas: 12°43'6.41"S/ 38°56'5.39"O
Povoados: Serraria; Pedrinhas 2; Pitinga Seca; Cajazeiras; Olho D’água; Campinas; Santana; Rios dos Paus; Batatan; Cumbe; Bento Sardinha; Manguinho; Boa Vista; Carro Quebrado; Pau Seco; Irriquitiá; Rio Grande; Guaruçu; Giral Grande.
Histórico:
Em quase todo seu período histórico o distrito do Coqueiros do Paraguaçu, como é chamado atualmente para diferir de seus homônimos brasileiros, sempre foi nomeado pela palavra Coqueiro, no singular, poderia até representar unidade com a vila da qual foi originada, neste caso, Nagé, mas esse fato não ocorre, devido a fatores do coração.
Não há como saber, porém, quando suas primeiras casas de taipa surgiram, mas segundo as documentações existentes, desde o século XVIII, o vilarejo já florescia à proporção do desenvolvimento de seu ancoradouro, por onde se fazia a baldeação das pessoas e mercadorias que se destinavam da capital para o interior, ao sertão ou vice-versa. Foi, portanto, o “fator Paraguaçu” causa predominante para o desenvolvimento da vila, como explica Osvaldo Sá, em suas Histórias Menores.
Tanto Coqueiros, como Nagé cresceram em torno da cultura agrícola de produtos de primeira necessidade, a única autorizada pela Capital Baiana, pois no período colonial, não era permitido à instalação de indústrias, nestas regiões. A Farinha de Mandioca sempre foi à cultura principal dessa região. As raras intenções do plantio do fumo, sempre foram barradas pelo poderio dos fazendeiros Cachoeiranos, assim como, do controle social que os líderes da Câmara Municipal exerciam sobre os habitantes da terra.
Com o tempo a vila começou a ganhar importância e em 17 de julho de 1893, foi elevada a categoria de distrito policial, sob jurisdição do Distrito de Paz de Nagé e sob essa tutela permaneceu até o dia 13 de agosto de 1926, em conformidade com a lei no 1922 que criou o distrito de Coqueiros e anexou ao município de Maragogipe. Apesar do IBGE considerá-lo como distrito de paz desde 1911, o desmembramento só se deu em 1926 e assim continuou a ser até os dias atuais. Pelo decreto-lei estadual no 10724, de 30 de novembro de 1938, o distrito de Coqueiros passou a se grafar, novamente, Coqueiro. Até 2007, o IBGE registrava o distrito desse jeito, hoje porém, registra-se como Coqueiros do Paraguaçu, devido o apego popular.
O mangue sempre foi o grande potencial de Coqueiros, assim como as outras vilas do município, era o alimento extra dos escravos que trabalhavam nas fazendas instaladas na região: Ostras, siris, caranguejos e mapés sempre foram os frutos do mar mais catados. Hoje, a mariscagem é praticada principalmente por mulheres. O salgamento de peixes miúdos (xangô e petitinga) e a defumação de camarões são as duas formas de beneficiamento do pescado na região.
O potencial turístico e histórico de Coqueiros do Paraguaçu pode ser aproveitado, através da navegação em Saveiros, que de meados do século XIX até meados do século XX inham grande importância no transporte de cargas e pessoas;
A produção de Cerâmica de Coqueiros é outro atrativo à parte, sua principal representante é a Dona Cadu. O saber-fazer passado de geração a geração, transformou essa arte rudimentar, numa das principais fontes de sobrevivência do povo coqueirense. Outros atrativos são de fundamental importância, a exploração de sítios importantes, como a Capela de Nossa Senhora do Rosário, datada do século XVIII; a festa de Bom Jesus dos Navegantes em Janeiro e da praia de Coqueiros, muito visitada por turistas devido à tranquilidade da região.
Escrito por Zevaldo Luiz Rodrigues de Sousa
Licenciado em História pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Muito bom! Adorei seu texto.
ResponderExcluirEstou construindo a árvore genealógica da minha família e sei que minha avó é de Coqueiros. Tenho vários parentes que ainda vivem na região. Quero ir a cidade para tentar achar mais informações sobre minha família, identificar meus ascendentes. Obrigada por me fazer conhecer um pouco mais sobre a história do lugar que minha família se originou.