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Uma Breve História de Maragojipe, por Osvaldo Sá

Obs.: Este blog é adepto da grafia Maragogipe com o grafema G, mas neste texto, preservamos o uso da escrita de Maragojipe com o grafema J defendida pelo autor.


Uma Breve História de Maragojipe
Por Osvaldo Sá

A origem do município de Maragojipe, como a de tantos outros municípios do Recôncavo Baiano, remonta ao período do Brasil Colonial, durante o ciclo da cana-de-açúcar. Conta a tradição popular que a origem do município deveu-se à existência de uma tribo indígena denominada “Marag-gyp”, que se estabeleceu em meados do século XVI às margens do Rio Paraguaçu. Destemidos e inteligentes, mas adversos à vida nômade, esses indígenas dedicavam-se ao cultivo do solo, à pesca e a caça de subsistência, manejando com maestria o arco e flecha e também o tarayra (espécie de machado pesado feito de pau-ferro), com o qual eram capazes de decepar de um só golpe a cabeça do inimigo.




Osvaldo Sá, 1952 - Aos 44 ano
Segundo a tradição da tribo, os mais velhos contavam que suas primeiras mulheres teriam sido raptada pelo cacique Itapecerica numa terra muito distante onde as mulheres eram belas, de pele clara, olhos meio azuis e cabelos sedosos e fartos (provavelmente de origem européia), sendo necessário viajar “três luas” para alcançá-lo.

Por volta de 1520, duas décadas após o descobrimento do Brasil, quando das suas excursões pelo Rio Paraguaçu, fixaram-se na região os primeiros desbravadores portugueses, atraídos pela riqueza das matas e pela acessibilidade de suas águas, que comportavam embarcações de pequeno e grande calado. Após sua chegada as margens do Rio Paraguaçu subiram até o Rio Cachoeirinha às margens dos quais habitavam os índigenas. Desde já ocorreram os primeiros combates entre os colonizadores e a população autoctone, marcados pela resistência indígena à escravização e pela defesa das mulheres da comunidade. A evolução daquele conflito foi determinando a expulsão dos grupos índigenas para áreas mais longínquas e a ocupação das terras ribeirinhas pelo colono português. Foi aí que Bartolomeu Gato descobriu um rio límpido e perene, o Rio Quelembe. Nas suas imediações começou a nascer uma povoação que usava a água pura do rio para beber, cozinhar e lavar. Assim, na “Rua do Rio”, a primeira povoação, nascia o núcleo original da cidade de Maragogipe. Esta povoação fazia parte da Sesmaria de Peroaçu, criada no tempo do segundo governador-geral, Dom Duarte da Costa. Posteriormente, esta sesmaria foi transformada em capitania pelo Cardeal Regente Dom Henrique, no reinado de Dom Sebastião. O nono Donatário, Dom José da Costa vendeu a capitania, da qual Maragogipe era a principal localidade, à coroa de Portugal.

A história da produção de riquezas em Maragogipe é marcada, dos tempos da descoberta aos da abolição, pela agro-indústria açucareira que se integrava no conjunto de atividades econômicas estabelecidas em torno da Baía de Todos os Santos. A pujança da economia açucareira em Maragogipe é demonstrada com exatidão pela erudita e elegante pena do Historiador maragogipano Osvaldo Sá. Diz ele em suas “histórias menores”: durante a invasão batava, em 1640, e a destruição que praticou no recôncavo, de engenhos de açúcar e, também, de templos católicos, o território que ora se compõe o nosso município, sofreu em sua orla ribeirinha, a conseqüencia predatória dos invasores, segundo nos revela Varnhagen e, depois, com minudência, Gustavo Barroso, apontando os Engenhos de Tapiranda, Novo e Capanema. Do primeiro nao nos restam sequer notícias, mas, dos outros dois, resistem ainda as suas ruínas ou partes dos aquedutos, com os seus arcos bem edificados, por onde a água deslizava a fim de pô-los em movimento. Não há que duvidar, funcionavam, depois de restaurados, até o crepúsculo do século XIX, época em que coexistiram vários outros nestas plagas, no “topá”, no “Barreiro”, em “Água Fria”, na “Serra dágua”, na “Lagoa”, no Riquitiá”. (Sá Osvaldo. “Ainda os Engenhos”, in Histórias Menores, vol 1 pg. 63, São Félix - 1983)

Graças a excelência do seu ancoradouro e pela sua localização estratégica, Maragogipe desenvolveu durante o período colonial um importante núcleo urbano o qual desempenhou importantes atividades comerciais servindo de entreposto comercial e centro manufatureiro. O crescimento de Maragojipe foi tão vertiginoso que esta já se constituía a principal localidade da “Capitania do Paraguaçu” no final do século XVI.

A povoação se desenvolveu através da extração madeireira, do cultivo da cana-de-açucar e da mandioca, além da construção de engenhos e casas de farinha nesta faixa de terra da então “Sesmaria do Paraguaçu” (ou Paroaçu), doada a Dom Álvaro da Costa por seu pai, Dom Duarte da Costa, 2º Governador Geral do Brasil, em 16 de janeiro de 1557, com doação confirmada por Álvaro Régio de 12 de março de 1562. A Sesmaria foi transformada posteriormente em Capitania por Dom Henrique, Cardeal Regente, por Carta de 20 de novembro de 1565, confirmada numa carta posterior, de 28 de março de 1566. O território de D. Álvaro tinha 4 léguas de costa, da parte sul do Rio Paraguaçu até a barra do Rio Jaguaripe, incluindo todas as ilhas ao longo da costa, e 10 léguas sertão a dentro. Ao falecer, em 1575, D. Álvaro deixou 7 filhos, sendo o primogênito Dom Duarte, que tornou-se o segundo donatário das terras. Em 1640, a povoação cuja capela era dedicada a São Bartolomeu foi elevada à categoria de freguesia pelo Bispo Dom Pedro da Silva Sampaio, por proposta do Vice-Rei Dom Jorge de Mascarenhas, o Marquês de Montalvão, com o topônimo de “São Bartolomeu de Maragojipe”

Sua emancipação política foi obtida somente 85 anos depois, após a Provisão Régia de 09 de fevereiro de 1725, ao atingir o status de vila, com a simples denominação de “Maragojipe”. Em virtude da avassaladora seca que devastava a Bahia no inicio do ano de 1724, o Conde de Sabugosa, 4º Vice-Rei à época, fez uma viagem de inspeção pelo interior do Estado da Bahia. Ao chegar a essa freguesia, seus habitantes solicitaram sua elevação à vila, no que foram atendidos pelo Conde. Por sua ordem, através de Portaria de 16 de fevereiro de 1724, é criada a “Vila de Maragojipe” (com território desmembrado de Jaguaripe), no dia 22 do mesmo mês e ano, pelo Ouvidor-Geral Pedro Gonçalves. Como prova de gratidão, os maragojipanos ofertaram ao Conde 2.000 alqueires de farinha de primeira qualidade para o sustento da tropa, dádiva aceita com muito apreço, devido á grande escassez existente. A Capitania do Paraguaçu foi comprada de seu 9º donatário, D. José da Costa, pelo Rei de Portugal, D. José I, através da Provisão Régia de 17 de junho de 1733, passando, então, a pertencer à Coroa portuguesa, por força da Carta do Conselho Ultramarino, de 12 de dezembro de 1732. O Recôncavo Baiano foi a região pioneira no movimento emancipador do país, de onde partiram os primeiros levantes de revolta contra a opressão lusitana instalada na colônia.

E Maragojipe também deu importantes contribuições para a libertação da pátria, tendo, juntamente com outras vilas do Recôncavo e do Sertão, participando da Junta Conciliatória liderada por Cachoeira, que contou com a presença de um ilustre maragojipano, o Conselheiro Imperial Antônio Rebouças.

Além da participação na Junta, os maragojipanos fizeram parte do IV Regimento de Milícias da Bahia, ajudando a expulsar as canhoneiras portuguesas fundeadas no Rio Paraguaçu. Em virtude de seus importantes feitos para a consolidação da Independência do Brasil, durante os embates regionais que se travaram após7 de setembro de 1822 para a Independência da Bahia (data a 02 de julho de 1823), Maragojipe finalmente torna-se cidade pela Lei Provincial nº 389, de 08 de maio de 1850, sendo agraciada com o titulo honorifico de “Patriótica”.

É no século XIX que também desenvolve-se um comércio atacadista que abastecia cidades e vilarejos do Recôncavo Sul, segundo o historiador Osvaldo Sá, “...o comércio que se movimentava através de Maragogipe, em seus portos com os da Cidade de Salvador, para Cruz das Almas, Conceição do Almeida, Sapatuí, Jenipapo, Santana do Rio da Dona, Curralino e várias outras localidades...”(Sá, Osvaldo. “Anos de Decadência”, in Histórias Menores, vol. 3, pg. 25, São Félix - 1983). O meio de transporte utilizado eram as tropas de mulas que atravessavam os precários caminhos para o interior. Nos fins do século XIX, Maragogipe perde as funções de entreposto comercial por força de sua preterição na instalação das linhas férreas no recôncavo. Recorrendo ainda ao relato preciso do historiador, percebemos nitidamente o processo de abandono e insulamento que por pouco não destruiu a cidade. “As cidades do Recôncavo coevas de Maragogipe, como Cachoeira, Santo Amaro e Nazaré, conseguiram expandir-se, no último quartel do século XIX, graças às vias férreas que delas partiram para outras localidades que se formavam já no interior, não havendo assim solução de continuidade ao seu comércio que, de antes, se efetuava por meio de tropas, ininterruptamente, de muitas alimárias, e que, à chuva e ao sol, transportavam produtos de umas e outras terras, por invios caminhos.

Não conseguiu Maragogipe a sua via férrea, apesar de vários projetos, e insulou-se. Perdeu, como é evidente, o intercâmbio com diversas vilas e povoados, que iam também surgindo em conseqüência da locomotiva, a qual fretenindo, caatiga e sertão adentro, seu estridulante silvo, convidava o homem do campo ao trabalho, comunicando pelo refolgar da máquina, que havia já transporte fácil às suas colheitas, fácil, relativamente à época e ao que antes existia.

Muitos daqueles vilarinhos cujos negociantes tinham em Maragogipe a praça de suas transações, de suas vendas e compras, se transferiram para outras, por falta de linha férrea que não chegou até aqui. Destante, perdemos, talvez, 60 ou 70% de nossa comercialização.

Cacheira e São Félix se comunicavam, sem embaraços naquele tempo, com Cruz das Almas, Capela do Almeida, Jenipapo, Curralino e localidades outras que antes do trem, muitas delas, comercializavam com Maragogipe. Por outro lado, Nazaré se expandia do Rio da Dona para o Sul, ganhando de Maragogipe parte de uma região florescente para o seu comércio. Ficamos restritos aos nossos distritos e povoados, inclusive São Filipe, que logo se emanciparia, não deixando de ser, todavia, o nosso porto do Cai-já por vários anos, o escoamento de seus produtos.

O movimento de pequena cabotagem, saveiros e lanchas a vela, crescia assim em outras vilas e cidades, em ancoradouros à margem da estrada de ferro, ante a facilidade de um comércio mais positivo e proveitoso, mais rápido e menos dispendioso do que o de bestas de carga em estradas nem sempre bem cuidadas”(Sá Osvaldo, “30 anos de estagnação”, in Histórias Menores, vol 3, pg 65, São Félix, 1983)

Foi então no final do século XIX, que o município sofreu seu primeiro período de decadência econômica, motivado pelo declínio da atividade açucareira, bastante afetada pela extinção do trabalho escravo e pelo surgimento de entrepostos comerciais mais bem localizados em relação ao sistema de transportes.

O comércio do Recôncavo, que antes era movimentado através do porto de Maragojipe, foi deslocado para os municípios de São Felix e Nazaré, que haviam sido beneficiados, na ocasião, com ramais da estrada de ferro. Fora do principal eixo de transportes do Estado, as relações comerciais de Maragojipe se restringiram ao município de São Felipe, e sua comunicação com Cachoeira e Salvador se fazia por meio de barcos a vela e uma unidade da Companhia Baiana de Navegação, que não possuía a mesma agilidade dos trens de ferro.

O declínio da atividade mercantil foi superada na virada do século XX pela instalação de filiais das fábricas de charutos Dannemann e Suerdieck, dando novo impulso à economia local e gerando um novo ciclo de desenvolvimento para o município.

“Veio então já nos últimos anos do século XIX, a filial da fábrica de charutos Danneman e, mais tarde, em 1905, a Suerdick, que nasceu de experiência auspiciosa do industrial Augusto Suerdick. Daí, eclodiu propícia nossa atividade fabril. Concomitantemente, cresceu a demanda de mão-de-obra. Mão-de-obra acessível e menos cara à incipiente manufatura e, destarte, os empregadores encheram suas empresas de mulheres-operárias.

Nessa época houve constante migração da zona rural para a urbana. A cidade cresceu com relativa rapidez, porém, se expandiu em pletora de moradias simples, cobertas de palhas e de paredes de taipa. Via-se a cidade distintamente dividida em duas parte, a antiga de casas de telhas e a nova de casas de palhas. Só depois, de várias décadas, com o seu desenvolvimento industrial consolidado, entre as décadas de 20 e 40 do século fluente, foi a cidade tomando novo aspecto, bem melhor, lentamente embora, com seus habitantes, na maioria, já em condições econômicas de corrigirem ou melhorarem suas residências. Destarte, a partir de 1940, quase desapareceram as casas de palha da cidade, até mesmo em sua zona suburbana. Pode-se a partir dái considerar restabelecida dos golpes que recebera com a extinção do braço escravo e com o insulamento em que permanecera após terem sido inauguradas as ferrovias de Nazaré e de São Félix.” (Sá, Osvaldo, “Anos de Decadência III”, in Histórias Menores, vol. 3 pg. 24 e 25, São Félix, 1983).

A indústria fumageira se transformou no alicerce da economia de Maragojipe, mas com o fechamento das fábricas, há alguns anos, grande parte da população que lhes servia como mão-de-obra ficou desempregada, dando início a um novo período de decadência econômica que prossegue até os dias de hoje.

Maragojipe, atualmente, não apresenta a mesma importância econômica de outrora, porém possui áreas naturais de extrema beleza cênica que, aliadas a uma expressiva arquitetura do período colonial e a um rico conjunto de manifestações culturais, propiciam o desenvolvimento do turismo como alternativa ao fomento de um novo ciclo de crescimento do município.

(SÁ, Osvaldo, “Maragogipe, uma proposta de ação”, IPAC – Salvador, 1984)

Comentários

  1. Caro Osvaldo Sá,meu nome é Raimundo Santos Cruz,estudante de História da UFBA, terceiro semestre é com muita satisfação e carinho que li seu trabalho, posso te afirmar inédito que, fala de nossa cidade com maoir detalhe de riqueza.Gostaria de obter algumas referências contigo, devido o meu foco de pesquisa vai ser em nossa região.Portanto, pretendo discutir, sobre o século XVI,expansão territorial por conta o comércio emergente,dizimação e resitentência indigena.Mais uma vez parabéns pela iniciativa, vou deixar meu e-mail qualquer material é de grande valia para mim.

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  2. Meu e-mail é cruz111525@hotmail.com.

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