Pular para o conteúdo principal

Turismo cultural em museus incentiva preservação da História da Bahia

Primeira capital do Brasil, Salvador acumula riquezas culturais e históricas em monumentos, praças e museus. Investir na preservação destes bens é resgatar a memória da cidade e pensar no futuro, em parte construído com os recursos do turismo que este patrimônio proporciona. O Museu de Arte da Bahia (MAB), no Corredor da Vitória, em Salvador, é o mais antigo do estado e um exemplo do cuidado em relação à memória.

Fundado em 1918 e um dos primeiros do Brasil, o museu possui acervo de grande valor artístico e histórico, que revela o passado de uma sociedade, o cotidiano e seus valores. O turista alemão Christian Dall se esforça para falar, em português, o que encontrou no MAB. “Eu descubro, visitando um museu, algo sobre a história, sobre os pensamentos e emoções dos artistas. Olhando o quadro, por exemplo, sempre pode se descobrir algo sobre a forma como pessoas viveram em séculos passados”.


Acervo
O MAB foi constituído, essencialmente, pela reunião de duas grandes coleções privadas, adquiridas pelo Estado - a de Jonathas Abbott e a de Góes Calmon. A partir de 1982, o Museu de Arte da Bahia foi transferido da antiga sede, em Nazaré, para o Palácio da Vitória, possibilitando ainda a realização de múltiplas atividades culturais, como exposições temporárias, cursos, ciclos de conferências, apresentações de recitais de música e exibição de filmes.

As instalações também são adequadas à exposição e valorização do acervo. Estudante de design de interiores, Marta Cardoso é frequentadora de museus para fazer pesquisas e como lazer. “Este museu, em especial, é muito bem cuidado. A iluminação é perfeita, tem cortinário e desumidificador. O visitante tem prazer de entrar no MAB”.

Exposição de brinquedos populares abre temporada de verão no MAB
Uma grande exposição de brinquedos está sendo montada no MAB. ‘Os brinquedos que moram nos sonhos – o brinquedo popular brasileiro’, da coleção do fotógrafo David Glat, tem curadoria do colecionador e da diretora do museu, Sylvia Athayde. A mostra pode ser apreciada a partir deste domingo (9), às 16h, inaugurando o ciclo da alta estação. O programa foi pensado para encantar crianças, adultos e idosos, pela força lúdica dos 1.500 brinquedos, que ficarão expostos até abril de 2013, e pela inventividade da criação popular.

As visitas ao museu podem ser feitas de terça a sexta-feira, das 13 às 19h, e nos finais de semana, das 14 às 19h. O espaço oferece visitas monitoradas e atividades de arte-educação. A mostra de brinquedos será dividida em seções temáticas como ‘A Sala de Brinquedos’, ‘A Sala dos sonhos’, ‘A Sala do Espetáculo, ‘A Sala do Medo’, ‘A Sala das Reciclagens’, ‘A Sala do Desafio’ e ‘A Sala das Representações’. Também haverá área das ‘Instalações Multitemáticas’, aproveitando a segmentação do espaço expositivo do museu.

Museu de Arte Moderna: História a céu aberto
Ao pé de uma ladeira íngreme de pedras irregulares, circundado por mangueiras imponentes, banhado pelas ondas do mar e premiado entre os mais bonitos por do sol em Salvador. É neste cartão postal chamado Solar do Unhão, que se encontra o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), considerado o principal espaço para a arte contemporânea do estado e um dos mais importantes do país, por onde circula um público aproximado de 200 mil pessoas por ano.

O Museu de Arte da Moderna da Bahia (MAM) foi projetado, na década de 60 pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, para a realização de oficinas artísticas e culturais que até hoje são promovidas. O local, um complexo chamado Solar do Unhão, possui acervo de obras de arte modernistas, contemporâneas, além de fotografias e uma sala permanente dedicada ao mestre Rubem Valentim, que será reaberta no dia 21 deste mês. No espaço, são oferecidas ainda exposições temporárias, com duração de aproximadamente dois meses, como a de Jorge Amado, encerrada recentemente. Outra atração é o parque de esculturas. Os visitantes também podem aproveitar o ambiente pitoresco de um café com vista para a Baía de Todos-os-Santos, instalado no prédio na época colonial.

Segundo a diretora do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), Stella Carruzzo, aliar turismo e cultura é uma tendência no mundo todo. Não só a população local, mas as pessoas vêm de fora para conhecer aspectos importantes da cultura de um povo. “Eles procuram os museus. É importante, neste sentido, ter este pensamento de que os museus, que representam a cultura, são sempre aliados do turismo”.

Palavra de turista
Atuante na área do Comércio Exterior, a turista portuguesa Diana Marques reconhece, no MAM, características da sua cidade natal, Lisboa. “É minha primeira vez no Brasil e nós estudamos, nas escolas, a influência portuguesa nas colônias. Chegar aqui e ver, falar com as pessoas que sabem tanto, e ainda mais do que eu aprendi sobre a herança portuguesa, foi fantástico. Os edifícios, as fachadas são muito coloniais. Salvador lembra um pouco Lisboa. É bom estar longe e sentir esta influência, ver estes azulejos portugueses”.

Do Rio Grande do Sul, o arquiteto Fábio Caetano também se encantou com o lugar. “Encontrei um complexo, uma memória, um museu a céu aberto de parte da arquitetura do Brasil colônia e de diversos períodos da história. É importante a manutenção deste espaço, que mostra a casa grande, a igreja, faz parte da história do Brasil. Não tem como falar em Salvador sem falar da história do Brasil. Por isto é tão importante a manutenção deste espaço”.

Mostra Lina Bo Bardi
Atualmente o projeto original da arquiteta, que recuperou o Solar do Unhão e instalou o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), está representado em maquetes no local. É a Mostra de Maquetes Oficina Lina Bo Bardi, aberta ao público no MAM-BA desde o dia 30 de novembro. A visitação continua até 6 de janeiro de 2013, de terça a sexta, das 13 às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 14 às 19h.

Uma maquete na escala de 1:100, produzida a partir do estudo das edificações do Conjunto Solar do Unhão, pode ser admirada. São retratados o Casarão – inclusive a escultórica escada helicoidal projetada por Lina, com encaixes feitos por meio de um sistema de travamento utilizado nos carros de boi –, o Galpão das Oficinas, que oferece há 32 anos cursos gratuitos de técnicas artísticas tradicionais, a Capela (utilizada atualmente como espaço expositivo) e o Pátio Unhão localizado no antigo cais.

Maquete produzida em oficina
A mostra é resultado da oficina ‘Exposição de capacitação em maquetes: recuperação do projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi’, oferecida gratuitamente no MAM-BA, de março a maio deste ano, e ministrada pela doutora em arquitetura e urbanismo em Barcelona, Carla Zollinger. O curso foi destinado a estudantes de arquitetura, design de interiores, urbanismo e áreas afins.

A coordenadora do Núcleo de Arte-Educação do MAM, Roseli Amado, disse que as oficinas são voltadas para o público da cidade. “Aqui nós recebemos artistas, professores e estudantes. O galpão das oficinas com os cursos que são oferecidos, o nosso trabalho do Programa Intermediações, que oferece palestras, mesas redondas e debates para cada exposição, são gratuitas e abertas ao público. É natural que se encontrem artistas em outras partes de Salvador que tenham passado por aqui”.

Fonte: ASCOM - Governo do Estado da Bahia

Comentários

Top 5 da Semana

Uma Breve História de Maragojipe, por Osvaldo Sá

Obs.: Este blog é adepto da grafia Maragogipe com o grafema G, mas neste texto, preservamos o uso da escrita de Maragojipe com o grafema J defendida pelo autor. Uma Breve História de Maragojipe Por Osvaldo Sá A origem do município de Maragojipe, como a de tantos outros municípios do Recôncavo Baiano, remonta ao período do Brasil Colonial, durante o ciclo da cana-de-açúcar. Conta a tradição popular que a origem do município deveu-se à existência de uma tribo indígena denominada “Marag-gyp”, que se estabeleceu em meados do século XVI às margens do Rio Paraguaçu. Destemidos e inteligentes, mas adversos à vida nômade, esses indígenas dedicavam-se ao cultivo do solo, à pesca e a caça de subsistência, manejando com maestria o arco e flecha e também o tarayra (espécie de machado pesado feito de pau-ferro), com o qual eram capazes de decepar de um só golpe a cabeça do inimigo. Osvaldo Sá, 1952 - Aos 44 ano Segundo a tradição da tribo, os mais velhos contavam que suas pri...

Fotos antigas de São Félix, no Recôncavo da Bahia

Desde as primeiras décadas de sua existência a fotografia já mostrava o seu imenso potencial de uso. A produção fotográfica de unidades avulsas, de álbuns ou de coletâneas impressas abrangia um espectro ilimitado de atividades, especialmente urbanas, e que davam a medida da capacidade da fotografia em documentar eventos de natureza social ou individual, em instrumentalizar as áreas científicas, carentes de meios de acesso a fenômenos fora do alcance direto dos sentidos, as áreas administrativas, ávidas por otimizar funções organizativas e coercitivas, ou ainda em possibilitar a reprodução e divulgação maciça de qualquer tipologia de objetos. (leia mais em Fotografia e História: ensaio bibliográfico ) Neste sentido, a disponibilização de imagens fotográficas para o público leitor deste blog, é uma máxima que nós desejamos, pois a imagem revela muitos segredos.  Para ver mais fotografias: VISITE NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK Enchente em São Félix - cedido por Fabrício Gentil Navio da...

Prefeitos de Maragogipe, do final do Império à Atualidade

Durante os períodos de Colônia e Império, aos presidentes da Câmaras de Vereadores atribuíam se-lhes as disposições executivas. O plenário votava a matéria e o presidente executava a proposição aprovada. Dos presidentes da Câmara de Vereadores de Maragogipe, os que exerceram por mais vezes o cargo, foram o Pe. Inácio Aniceto de Sousa e Antônio Filipe de Melo. O primeiro, no meado do século XIX, eleito deputado à Assembléia Provincial, renunciou ao mandato, porque optou pelo de Vereador à Câmara de Maragogipe, e se elegeu presidente desta. Como Presidentes do Conselho Municipal Manuel Pereira Guedes      (1871 - 1874) Artur Rodrigues Seixas       (1875 - 1878) Antonio Filipe de Melo      (1879 - 1882) Dr. João Câncio de Alcântara (1883 - 1886) Silvano da Costa Pestana   (1887-1890) Com a República, cindiu-se o poder, adotando a corporação o nome de Conselho, e o executivo o de Intendente. Com este n...

Padres da Paróquia de São Bartolomeu de Maragogipe

A história de Maragogipe está ligada ao  culto de São Bartolomeu que data dos primórdios da sua vida, da época em que iniciava a sua formação, quando saía das trevas da vida selvagem para iniciar a sua marcha gloriosa na senda do progresso sob o signo o abençoado da Cruz Redentora. A devoção dos maragogipanos para com o Glorioso Apóstolo vem também dos seus primeiros dias, do tempo em que era ainda uma fazenda pertencente ao luso Bartolomeu Gato, e nela, encontramos o primeiro vigário da Paróquia de São Bartolomeu. A lista abaixo retrata um pouco desta história, as datas ao lado do nome é o ano de início de sua vida enquanto evangelizador. Todavia, em diversos nomes nós não encontramos a data específica, pois somente há deduções. Caso o leitor possa estar contribuindo com a mudança desta lista, pois ainda sim, acreditamos que esteja faltando alguns nomes, será muitíssimo interessante. Agradecemos antecipadamente. (Leia mais sobre " O Culto de São Bartolomeu ", escrito por Odi...

Sátira das Profissões, um documento egípcio que valoriza o escriba

Este é um trabalho de Pesquisa do Documento "Sátira das Profissões" escrito egípcios que contém incômodos existentes em cada tipo de trabalho, assim como a valorização do Escriba enquanto profissional. A leitura deste documento demonstra que a atividade intelectual era valorizada no Egito Antigo, muito diferente das atividades braçais que são classificadas de maneira grosseira pelo escritor do documento. O tema é curioso. É a história de um pai Khéti que conduz o filho adolescente Pépi para a escola de escribas da Corte por ser, segundo ele, a mais importante das profissões e durante a viagem da barca resolve comparar vários ofícios. Figura retirada do jogo Faraó, feito pela Sierra e sob licença da VU Games. Quais são as profissões do texto? As profissões descritas no texto são Ferreiro, Marceneiro, Joalheiro, Barbeiro, Colhedor de Papiro ou de Junco (que na verdade ele colhe o junco para daí fazer o papiro), Oleiro, Pedreiro, Carpinteiro, Hortelão, Lavrador, Tecelão, Por...