Por Zevaldo Sousa
Neste texto, procuraremos retratar um pouco da Associação Atlética, pois a história-problema se preocupa e muito com detalhes que intrigam a sociedade e que continua ligada, mesmo que sentimentalmente, a determinado órgão ou instituição que pertenceu.
Atualmente, o antigo prédio da Associação Atlética Maragogipana que estava caindo aos pedaços, e foi restaurado (fotos abaixo) no início do século XXI, estando sob responsabilidade de um grupo de maragogipanos que se organizaram em torno da Fundação Vovó do Mangue, e que apesar de ter preservado o nome da antiga instituição durante quase todo período, no final de abril de 2010 a mudança na fachada do prédio colocando o nome da Fundação causou novo debate.
A sociedade prontamente reagiu, o presidente da Câmara de Vereadores falou seu posicionamento em plenário na Câmara de Maragogipe como antigo sócio, assim como outras pessoas da sociedade. Ocorreu um pequeno debate no mural do Blog do Zevaldo Sousa, e nele, havia opiniões contrárias e a favor do fim decretado, como forma de amenizar a situação, membros da Vovó do Mangue resolveram colocar o símbolo da Associação Atlética Maragogipana na frente do prédio.
A mudança caso um novo debate |
Na década de 1990, a Associação Atlética Maragogipana viveu momento de crises profundas, com administrações que não conseguiam manter o equilíbrio financeiro, e acabavam vendendo o patrimônio público para particulares. Diversos objetos também foram saqueados, o prédio da instituição estava caindo, o telhado e a madeira que o sustentava estavam apodrecidos, a água da chuva penetrava com facilidade e não havia de onde tirar recursos para a manutenção da instituição, nem muito menos havia pessoas interessadas em manter aquele padrão. A situação no município estava mudando junto com o novo período de Democratização da sociedade brasileira.
A seguir, esboçaremos um pouco da situação através de resumos das atas de reuniões que quase inexistiam devido ao desinteresse dos associados.
[1] Ata da página 154 relata que o clube estava em "péssimos condições financeiras", evidenciando a falta de participação dos sócios e de pagamento das mensalidades (1996).
[2] Ata da página 159 menciona prejuízo nas operações financeiras do carnaval de (1997).
[3] Ata da página 161 fala sobre problemas financeiros, negociações para pagamento de dívida trabalhista. Fala também sobre as constantes locações para terceiros como fonte de renda (1997)
[4] Ata da página 163 - Eleições 98/99 ressalta que somente 37 associados participaram das eleições. (1998)
[5] Ata da página 164 cita a proposta de anistia dos sócios em atraso (aceito pela diretoria) indo de encontro ao estatuto que diz que o sócio que não pagasse 03 meses consecutivos e 06 meses automaticamente eliminados (segundo o Estatuto deveria haver Assembléia Geral, mas esta não aconteceu). Cita que era costume terceiros locarem o clube pagando uma taxa abaixo do valor real e oferecendo benefícios aos diretores (camisetas, ingressos e cerveja na festa) - 1998.
[6] Ata da página 165 cita que a diretoria do clube solicita ajuda da Prefeitura como funcionários, reparos na estrutura e bandas para as festas. Cita que somente a prefeitura ajuda para demonstrar aos sócios que se está fazendo alguma coisa (1998)
[7] Ata da página 167 cita as dificuldades financeiras do clube, a ausência dos sócios e os esforços da diretoria em realizar atividades, porém sendo evidente a falta de interesse dos associados em frequentar o clube (1998)
[8] Ata da página 168 fala sobre o fraco movimento no carnaval de 1998 e as dificuldades financeiras (1998)
[9] Ata da página 170 afirma que são poucos os associados a pagarem suas mensalidades (1999)
[10] Ata da página 171 somente 36 sócios participaram das eleições (2000)
Cabe aqui uma observação, o intervalo entre as 03 últimas atas 03/98 - 01/99 - 01/2000.
Cabe aqui uma observação, o intervalo entre as 03 últimas atas 03/98 - 01/99 - 01/2000.
[11] Ata de julgamento do processo nº 40.01.01.0920-01 - processo trabalhista contra a AAM assinada pelo Dr. Humberto Machado - Juiz do Trabalho, relata que documentos juntados ao processo revelam que a AAM esteve totalmente abandonada a partir de 1998 (2002)
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Associação Atlética Maragojipana - Fundada em 16 de março de 1952
Breve relato da atual situação física, financeira e jurídica do clube, conforme listado a seguir: condições totalmente precárias de todas as dependências físicas do clube, telhado e forro do salão principal totalmente degradados, com precárias condições de segurança, forçando sua interdição por tempo indeterminado; o espaço do bar sem condições adequadas de higiene; toda a parte elétrica com graves riscos de causa de acidentes; salas de diretoria e secretaria e demais dependências com paredes sujas e portas estragadas; equipamentos de som e demais equipamentos de escritório sucateados; equipamentos esportivos sem condições de uso; quadra esportiva e redes de proteção com péssimas condições. Na parte financeira verificou-se a seguinte situação: dívida com a empresa de água e saneamento Embasa no valor de R$ 1050,36 estando o fornecimento de água cortado; dívida com a empresa de telefonia Telemar no valor aproximado de R$ 300,00 do telefone de número 726-1028, pertencente ao clube; recibo de energia elétrica da empresa Coelba no valor de R$ 20,14, com vencimento em 06/12/1999 pendente de pagamento; situação de recolhimento de FGTS e INSS não declarada pela administração anterior; sete cheques cadastrados no CCF do Banco do Brasil, agência 2271-3 (Agência de Maragogipe), conta corrente de número 45.767-1, sendo que cinco cheques foram inclusos em 08/05/1996, não constando seus dados mais no sistema do referido banco (vlor e número do cheque), e dois constam conforme se segue - nº 563150, no valor R$ 255,00, incluso a 06/03/1996 e outro de número 712249, no valor de R$ 463,00, incluso em 09/05/1996. Não foram constatadas outras restrições ou pendências financeiras,constando Certidão Negativa emitida pelo Cartório de Protesto de Títulos. Somente 37 sócios estavam em dias até dezembro de 1999. Encontra-se também uma pendência trabalhista com os funcionários Bartolomeu Barbosa dos Santos, admitido em janeiro de 1990 e Rosana Reis Guerreiro Miranda, admitida em janeiro de 1994, sendo que os últimos salários pagos no dia 30/12/1998, no valor de R$ 150,00 para a funcionária Rosana Reis Guerreiro Miranda, e R$ 130,00 para o funcionário Bartolomeu Barbosa dos Santos, registrados no balancete de abril a dezembro de 1998. O balancete de janeiro a março de 1998 não foi repassado pela administração anterior. Quatro livros de atas foram extraviados.
Maragojipe, 15 de janeiro de 2000
Marcos Antonio Barbosa Pereira
Presidente
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A partir daqui, instala-se uma nova administração, ao longo deste período, jovens vão se unir em prol da reconstrução deste prédio abandonado, e irão transformar o espaço. Como nas imagens abaixo relacionadas.
A FUNDAÇÃO VOVÓ DO MANGUE
A Fundação Vovó do Mangue inicia um trabalho neste ambiente, e além do espaço ser revitalizado como nas imagens abaixo relacionadas. Trabalhos socioambientais são desenvolvidos pela instituição.
Fundada em 1997, em Maragogipe, a Fundação Vovó do Mangue (FVM) desenvolveu diversas atividades nas áreas culturais, sociais e ambientais. O trabalho da Fundação é sempre buscar o equilíbrio entre a natureza e a sociedade. Dessa maneira, a entidade age no município com um direcionamento socioambiental e sociocultural bastante relevante.
Temos consciência de que a fundação, nos últimos anos, desenvolveu trabalhos como:
Além disso, a Fundação Vovó do Mangue mantinha parcerias com a Petrobrás, Deten Química S/A, Fundação Abrinq e o Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes, com os pais das crianças, em sua maioria, pescadores e marisqueiras.
O projeto da Fundação estava dividido em duas áreas:
A realização da “Semana do Meio Ambiente” e a “Semana Estudantil” (Fotos abaixo) eram eventos realizados pela instituição em que seu ápice de divulgação entre a comunidade maragogipana era atingido. Eram voltadas para a criação de consciência de preservação, onde contam com gincana ecológica, jogos esportivos, mostra de vídeo, palestras, plantio de mudas do mangue.
Em 2012, observamos a perda significativa dos projetos conquistados com muita luta e a fundação deixou, muito a desejar, nas questões sociais e ambientais do município. Envolvimentos com políticos municipais travaram e diminuíram a independência da instituição que demonstrou perda de força perante a sociedade que já não via com bons olhos devido à manutenção de um espaço social que antes “pertencia” a sociedade elitizada de Maragogipe e que houve uma inversão drástica de valores, para incluir a população mais carente, nos diversos âmbitos da sociedade, o que garantiu um saldo positivo entre as populações do entorno da cidade, e um saldo negativo com as pessoas do centro da cidade.
Com isso, a instituição foi alvo constantes de críticas e necessitou de urgente renovação na roupagem da sua diretoria e de seus membros, está precisando de atividade, buscando de novas parcerias e novos projetos. Neste momento, Antônio Marcos e Jorge Dias estão na frente da Fundação e pensam em reabrir a Associação para a comunidade.
A partir daqui, instala-se uma nova administração, ao longo deste período, jovens vão se unir em prol da reconstrução deste prédio abandonado, e irão transformar o espaço. Como nas imagens abaixo relacionadas.
A FUNDAÇÃO VOVÓ DO MANGUE
A Fundação Vovó do Mangue inicia um trabalho neste ambiente, e além do espaço ser revitalizado como nas imagens abaixo relacionadas. Trabalhos socioambientais são desenvolvidos pela instituição.
Fundada em 1997, em Maragogipe, a Fundação Vovó do Mangue (FVM) desenvolveu diversas atividades nas áreas culturais, sociais e ambientais. O trabalho da Fundação é sempre buscar o equilíbrio entre a natureza e a sociedade. Dessa maneira, a entidade age no município com um direcionamento socioambiental e sociocultural bastante relevante.
Temos consciência de que a fundação, nos últimos anos, desenvolveu trabalhos como:
- Projeto brasileirinho com a prática de esporte, promoção da cidadania e da educação ambiental. Dezenas de famílias são atendidas pelo Projeto que contribui para a formação de jovens com idade entre 10 e 17 anos;
- Projeto Abrinq que atendeu aproximadamente mais de 180 crianças;
- Projeto Viva o Mangue por intermédio do cultivo e do plantio de 20 mil mudas de mangue e da capacitação técnica de membros da comunidade para atuarem como multiplicadores, objetivava recuperar cerca de 10.000m2 de manguezal na Reserva Extrativista Baía do Iguape.
Além disso, a Fundação Vovó do Mangue mantinha parcerias com a Petrobrás, Deten Química S/A, Fundação Abrinq e o Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes, com os pais das crianças, em sua maioria, pescadores e marisqueiras.
O projeto da Fundação estava dividido em duas áreas:
- Educação ambiental que visava a formação de agentes multiplicadores e Horto de mangue, que visa a manutenção do ecossistema de manguezal, tanto em Maragogipe como em outras localidades que sejam propícias a recuperação.
- Projeto “Viva o mangue”, que era firmado em parceria com Deten Química S/A, que visa a reprodução de mudas de manguezal, das espécies mais comuns encontradas na Baía do Iguape. Conta também com pesquisas e estudos voltados a área ambiental. E com um intuito maior de educar para preservação do meio ambiente.
Educação ambiental |
A realização da “Semana do Meio Ambiente” e a “Semana Estudantil” (Fotos abaixo) eram eventos realizados pela instituição em que seu ápice de divulgação entre a comunidade maragogipana era atingido. Eram voltadas para a criação de consciência de preservação, onde contam com gincana ecológica, jogos esportivos, mostra de vídeo, palestras, plantio de mudas do mangue.
Em 2012, observamos a perda significativa dos projetos conquistados com muita luta e a fundação deixou, muito a desejar, nas questões sociais e ambientais do município. Envolvimentos com políticos municipais travaram e diminuíram a independência da instituição que demonstrou perda de força perante a sociedade que já não via com bons olhos devido à manutenção de um espaço social que antes “pertencia” a sociedade elitizada de Maragogipe e que houve uma inversão drástica de valores, para incluir a população mais carente, nos diversos âmbitos da sociedade, o que garantiu um saldo positivo entre as populações do entorno da cidade, e um saldo negativo com as pessoas do centro da cidade.
Com isso, a instituição foi alvo constantes de críticas e necessitou de urgente renovação na roupagem da sua diretoria e de seus membros, está precisando de atividade, buscando de novas parcerias e novos projetos. Neste momento, Antônio Marcos e Jorge Dias estão na frente da Fundação e pensam em reabrir a Associação para a comunidade.
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