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Censo de 1872 revela dados da população em Maragogipe e paróquias

Mapa de Maragogipe extraído do Mapa da Bahia disponível no site
Ter uma ideia histórica saindo do senso comum, de como era a vida nas cidades do interior é um pouco difícil, principalmente, para aqueles que não estão preocupados com o passado, nem muito menos, em possíveis respostas para indagações do presente. A vida de aparências é muito disponível nos dias atuais, mas no passado, não tínhamos como negar nossas origens.

Se a pessoa tinha a cor parda ou negra, poderia ou não ser tratada como escrava, apesar de na sua maioria, ser tratada desta forma indigna. A pele branca definia quem mandava em quem no Brasil Colônia e Imperial, e em Maragogipe, no Recôncavo da Bahia, não era diferente.

Segundo dados do Censo de 1872, único no Brasil a registrar população escrava, que está disponível na internet, através do site "Núcleo de Pesquisa em História Econômica e Demográfia" (UFMG), Maragogipe contava com quatro paróquias, sendo elas: São Bartholomeo de Maragogipe, São Fellipe de Maragogipe, Santanna do Rio da Dona e Nossa Senhora da Conceição do Almeida e contava com 46.614 habitantes, entre livres e escravos. Vale ressaltar, que este censo constitui uma das fontes mais importantes para o conhecimento da história demográfica, social e econômica do Brasil no século XIX

Este é considerado o primeiro censo demográfico realizado em território brasileiro, à época imperial. A partir de 1890, os censos começaram a ser realizados pela então Direção Geral de Estatística. Desde entãoos censos ocorreram de dez em dez anos, em média, ainda que em 1910 e 1930 impedimentos políticos tenham impedido a realização. Entre no site e confira o Censo de 1872 completo. Como você não tem cadastro, clique em Cadastro e pegue o email e senha que já está disponível.

Aparecerá um software de consulta, chamado Pop-72, que elaborado para extrair todos os dados contidos no Recenseamento Geral do Império do Brasil de 1872. O Pop-72 foi produzido no âmbito da pesquisa “Publicação Crítica do Recenseamento Geral do Império do Brasil de 1872”, contando com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

Única contagem da população que, durante o período imperial e escravista, cobriu todo o território nacional, o censo de 1872 arrolou quase 10 milhões de habitantes, que estavam distribuídos em 21 províncias e o Município Neutro. Cada província se subdividia em municípios e estes em paróquias, 1.440, ao todo, sendo estas as unidades mínimas de informação. 

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