Mais um processo de tombamento iniciado no Recôncavo Baiano. Dessa vez, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estuda o caso do terreiro Jeje Zogbodo Male Bogum Seja Unde, no município baiano de Cachoeira.
O comunicado saiu no dia 10 de janeiro, através de uma notificação publicada no Diário Oficial da União. O local passa agora a receber proteção federal e, por esta razão, toda intervenção no terreiro, e em sua vizinhança imediata, deve ser previamente autorizada pelo Iphan. Os proprietários do terreiro podem se manifestar para concordar ou impugnar a iniciativa do Iphan em até 15 dias, contando a partir do dia em que foi feito o comunicado.
Motivo - O processo de tombamento se fundamenta no elevado valor histórico e etnográfico do terreiro, a ser inscrito nos Livros do Tombo Histórico e do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, conforme proposta em fase de elaboração a ser avaliada pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural.
O tombamento deverá então corresponder ao conjunto de bens imóveis do terreiro, incluindo o sítio natural e os elementos edificados ou de espécies arbóreas referenciais dos ritos Jeje, a exemplo das Casas de Hospedagem, do Oiá (Altar), dos Pejis (cerimoniais) de cima e de baixo, com salão, "ronco" e cozinha sagrada, a Casa dos Antepassados, 12 Árvores Sagradas, o riacho Caquende - ODÉ e as margens ou lados: Aziri e Avinagé.
História - A ocupação histórica do Terreiro da Roça do Ventura, remonta ao ano de 1858. É depositário e responsável pela preservação de umas das tradições religiosas de matriz africana, mais particularmente da liturgia do Candomblé de nação Jeje-Mahi originaria nos cultos às divindades chamadas Vodum. O Seja Unde tem fundamental importância na conformação da rede de terreiros do Reconcavo Baiano e sobretudo para a formação histórica do Candomblé como uma instituição religiosa.
Fonte: A Tarde
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