A História Contemporânea foi feita com mudanças constantes de governo, sabores, experimentos; ritmos acelerados de vitórias e derrotas, transformação contínua de conceitos e idéias. Tudo isso veio a tona juntamente com outra - globalização -. Aliás tudo isso só foi possível com a economia capitalista, essa resultante de múltiplos desdobramentos que foram surgindo depois da revolução industrial, principalmente a partir da segunda revolução, também chamada de científica-tecnológica.
Seu local de origem, a Europa, centro propagador e os Estados Unidos, Japão também fizeram parte deste contexto. Mas, para que suas economias continuassem a crescer. Eles precisaram e fizeram com que as sociedades tradicionais, perdessem sua cultura, história, vida em favor desse processo. Somente assim há sobreviventes, somente destruindo o outro para que eles pudessem ter mercado, somente destruindo as relações pessoais e estabelecendo outras eles poderiam seguir com seu intento.
Assim muitas dessas sociedades, dessas pessoas, que não fizeram parte das classes dominantes das sociedades tradicionais dominadas pelo colonialismo, se sentiram totalmente destruídos em todos os sentidos, somente as classes mais baixas da população não viram essa transformação com bons olhos. Os seus governantes porém percebiam que ali poderia existir uma forma de garantir-se cada vez mais, outros buscaram meios de usá-la para tomar o poder. E assim, grupos inteiros se viram como marionetes nas mãos de pessoas que decidiam por elas. O que deveriam comer, vestir, fazer, trabalhar, divertir. Como até hoje é assim. Essas pessoas se sentiram pressionadas de certa maneira que fizeram revoltas, levantes e guerras regionais, contra o invasor europeu, contra a ordem estabelecida, contra aquilo que estava sendo proposto. O mundo sofreu um choque extremo com esse impacto fatal que mudou completamente os modos de pensar de milhões de pessoas. A vida não seria mais a mesma. Isso foi ruim? Acredito que não. Foi necessário? Talvez. O que falta? Consciência de coletividade sócio-ambiental. As respostas mudam com o tempo. Mas não devemos deixar de sempre atualizá-las.
No Brasil esse ar de modernidade foi chegando por volta do Império, mas na República podemos senti-la com muito mais fervor. Os processos não são muito diferentes quanto ao resto do globo. A mudança da sociedade, da economia, da cultura é fatal. Uma nova elite foi formada com uma proposta tão ativa para a sociedade. Mudanças estavam por vir e devemos aproveitá-la para fazer do Brasil um país de primeiro mundo.
É nesse processo de promoção da modernidade que se dará a explosão da Revolta de Canudos, na Bahia que com um modo um tanto quanto destruidor, fez com que o exército dizimasse aquela população; e da Ravolta da Vacina, no Rio de Janeiro num processo muito mais afastador, levando a morte e a prisão de muitas pessoas. Esses movimentos sociais contra a modernidade instaurada num Brasil um tanto que rural, arcaico e pós-abolicionista foram alvos de múltiplas críticas, que de certa forma deturparam o processo de explicação do ocorrido. No caso carioca o processo se deu a partir de três pontos chaves no processo modernizador da capital da República. Rodrigues Alves, então presidente da época em questão, nomeou um conjunto de técnicos responsáveis pela da modernização dos portos, liderados pelo engenheiro Lauro Muller; o saneamento, pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz e a reforma urbana, pelo engenheiro urbanista Pereira Passos, tudo isso para deixar a Capital Brasileira, com um ar mais moderno.
Os atos cometidos pela elite naquele momento, desagradaram profundamente a população mais carente que não tinha como e nem poderia agir contra, pois logo estariam sendo pré-julgados como monarquistas, antirepublicanos. Não tinha como não sentir medo, não tinha como saber o que iria acontecer, por isso, era bem melhor agir, antes de acontecer o pior. Mas não teve jeito, esse teve que vir. Contudo, a jovem república percebeu que nem tudo era flores e que para manter-se no poder, agiram de maneira energética. O modelo liberal ajudou na construção desse processo. A partir de então revoltas surgiriam e seriam abafadas em prol da república. Esta manteve-se e a aceleração do processo modernizador pode enfim fluir.
Os atos cometidos pela elite naquele momento, desagradaram profundamente a população mais carente que não tinha como e nem poderia agir contra, pois logo estariam sendo pré-julgados como monarquistas, antirepublicanos. Não tinha como não sentir medo, não tinha como saber o que iria acontecer, por isso, era bem melhor agir, antes de acontecer o pior. Mas não teve jeito, esse teve que vir. Contudo, a jovem república percebeu que nem tudo era flores e que para manter-se no poder, agiram de maneira energética. O modelo liberal ajudou na construção desse processo. A partir de então revoltas surgiriam e seriam abafadas em prol da república. Esta manteve-se e a aceleração do processo modernizador pode enfim fluir.
A população mais pobre do país, "comeu o pão que o diabo amassou", para que o Brasil pudesse estar a "altura" dos países europeus, principalmente ao país que serviu de modelo teórico, a França. Nas palavras de Nicolau Sevcenko esse episódio pode ser descrito dessa forma:
Em suma, nem lares, nem âmbitos sagrados, nem corpos enem vidas, do ponto de vista dos agentes da ordem, tinham garantias quando se tratava de grupos populares. (Sevcenko, p. 30, Introdução: O prelúdio republicano, astúcias da ordem e ilusões do progresso).
Somente poucos tinham privilégios naquele momento em que as elites do país atravessavam por um novo sentimento de mudança, em conjunto com um sentimento, já antigo de desprezo por grupos populares que na sua maioria era composta por negros, mostrando interesse das elites inclusive de enbranquecer a sociedade brasileira. Tudo isso, estava nos planos do Brasil Moderno.
É nesse meio de grandes mutações que a população, principalmente a mais carente, se fechará privativamente com medos internados, de serem repreendidos pelo seu jeito de ser e agir, de crer e viver.
Enquanto isso, o Brasil reconfigurava-se politicamente, não deixando de lado, certo conservadorismo. Além, é claro do entusiasmo por ter, pelo menos em alguns locais do país, dado um ar de modernidade, principalmente, na região sudeste, em que a economia cafeeira, prevaleceu sobre as demais economias regionais, exemplo: cacaueira, algodoeira. O café era o produto agro-exportador principal da cultura agrícola brasileira e os proprietários dessas terras prevaleceram-se sobre os demais, por certa proximidade do Rio de Janeiro, capital do Império e da República e pelas relações, não só econômicas, mas também políticas. Eles tinham a máquina do Estado no poder, não queriam perder e fizeram de tudo para manter-se.
Assim, esse intenso processo de extremas mudanças foi configurando um novo jeito de ser nos mais diversos grupos, a violência, não só física, como mental. Moldou uma sociedade quase que única, com os mesmos pensamentos, o mesmo jeito de vestir, com as mesmas conversas. Os recursos audio visuais influenciaram e muito para isso. A política dos governadores, a política do café com leite, o encilhamento (1891-1892) fez com que grupos mobilizassem um eito de mudar aquela situação. No início do século XX, o Brasil entrará numa nova fase já esperada devido aos múltiplos processos de desvalorização dos grupos populares. O populismo varguista, irá conquistar esses grupos, além claro de outros que não estavam de acordo com o governo. Essa forma de agir será muito mais reacionária, muito mais radical, tudo isso tendo como objeto mobilizador a figura de Getúlio Vargas.
Não mudará muito a exposição que essas pessoas tiveram com mudanças tão intensas e rápidas. Tudo isso ligado de um lado "as pressões de um mercado introsivo, de outro as influências das elites dirigentes, empenhadas em modelas as formas e expressões da vida social, as pessoas e grupos se viram forçados a mudar, ajustar e reajustar seus modos de vida" (Sevcenko, p. 38, In: Introdução: O prelúdio republicano, astúcias da ordem e ilusões do progresso)
Fichamento Crítico da
SEVCENKO. Nicolau. "Introdução: O prelúdio republicano, Astúcias da ordem e ilusões do progresso." In. História da Vida Privada no Brasil, vol 3, República: da Belle Époque à Era do Rádio. P. 7-48. Companhia das Letras, São Paulo, 1998
É nesse meio de grandes mutações que a população, principalmente a mais carente, se fechará privativamente com medos internados, de serem repreendidos pelo seu jeito de ser e agir, de crer e viver.
Enquanto isso, o Brasil reconfigurava-se politicamente, não deixando de lado, certo conservadorismo. Além, é claro do entusiasmo por ter, pelo menos em alguns locais do país, dado um ar de modernidade, principalmente, na região sudeste, em que a economia cafeeira, prevaleceu sobre as demais economias regionais, exemplo: cacaueira, algodoeira. O café era o produto agro-exportador principal da cultura agrícola brasileira e os proprietários dessas terras prevaleceram-se sobre os demais, por certa proximidade do Rio de Janeiro, capital do Império e da República e pelas relações, não só econômicas, mas também políticas. Eles tinham a máquina do Estado no poder, não queriam perder e fizeram de tudo para manter-se.
Assim, esse intenso processo de extremas mudanças foi configurando um novo jeito de ser nos mais diversos grupos, a violência, não só física, como mental. Moldou uma sociedade quase que única, com os mesmos pensamentos, o mesmo jeito de vestir, com as mesmas conversas. Os recursos audio visuais influenciaram e muito para isso. A política dos governadores, a política do café com leite, o encilhamento (1891-1892) fez com que grupos mobilizassem um eito de mudar aquela situação. No início do século XX, o Brasil entrará numa nova fase já esperada devido aos múltiplos processos de desvalorização dos grupos populares. O populismo varguista, irá conquistar esses grupos, além claro de outros que não estavam de acordo com o governo. Essa forma de agir será muito mais reacionária, muito mais radical, tudo isso tendo como objeto mobilizador a figura de Getúlio Vargas.
Não mudará muito a exposição que essas pessoas tiveram com mudanças tão intensas e rápidas. Tudo isso ligado de um lado "as pressões de um mercado introsivo, de outro as influências das elites dirigentes, empenhadas em modelas as formas e expressões da vida social, as pessoas e grupos se viram forçados a mudar, ajustar e reajustar seus modos de vida" (Sevcenko, p. 38, In: Introdução: O prelúdio republicano, astúcias da ordem e ilusões do progresso)
Fichamento Crítico da
SEVCENKO. Nicolau. "Introdução: O prelúdio republicano, Astúcias da ordem e ilusões do progresso." In. História da Vida Privada no Brasil, vol 3, República: da Belle Époque à Era do Rádio. P. 7-48. Companhia das Letras, São Paulo, 1998
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