Ensinar História é sobretudo mostrar e fazer tentar entender-se num mundo cheios de conceitos diferenciados do passado e presente. Cabe ressaltar antecipadamente que a história ainda é vista na maioria das vezes como um matéria de pouco significado prático, de pouco valor para a vida cotidiana.
O que cada pessoa não percebe é, que tudo que está a sua volta tem uma história a ser contada. Também o que não conseguimos ver, o nosso próprio eu, também tem sua história. Mesmo aquilo que vemos, mas não entendemos tem sua história. O que falta para nós é buscar esse entendimento e não ficarmos mais com a bunda no computador e ficar buscando no Google respostas para tudo que queremos.
O ensinar História para o Ensino Fundamental e Médio requer do professor não só entendimento do conteúdo a ser trabalhado, mas o professor deve estar preparado para fazer com que o aluno busque as suas respostas, despertando assim seu interesse pelo assunto trabalhado seja ele qual for. Isso sim, é que é difícil e exige muita atenção do professor. Para os alunos, assuntos como Idade Média e Antiga, parecem muito distante e eu já vivi isso, quando ao estar dando seguidas aulas sobre Idade Antiga para um grupo de alunos de ensino médio, me deparei com a seguinte pergunta:
- Professor, não seria melhor estudarmos a história de nossa cidade?
Para mim, naquele momento foi um choque e ao mesmo tempo foi intrigante e estimulante. Naquele momento não consegui dizer nada de útil. Mas depois pude perceber o que era necessário para fazer-me entender por aqueles alunos. Eu não estava sendo professor e sim um mero distribuidor de assuntos.
O que aqueles alunos queriam era conhecer o que estava mais atual, muito mais perto deles. Mas eu não podia deixar de ensinar o que estava no programa. Então comecei a desenvolver um trabalho que fizesse com que eu fosse entendido e que também eles pudessem entender o presente, através do passado. Todos querem entender o que se procede na vida, dos seus porquês, dos seus sentidos. O saber, o conhecer está num dos sentimentos mais verdadeiros do ser humano, a curiosidade. E o mais importante estar quando descobrimos uma coisa que nós mesmos ficamos horas e horas pensando no porque daquilo existir. Ficamos muito mais felizes. Nas palavras de minha querida professora Lucileide (História Contemporânea da UFRB), Aquilo que é produzido por nós, nos deixa muito mais felizes. Sendo assim, nos damos mais valor e damos mais valor ao que está sendo estudado.
O professor deve despertar esse interesse no aluno. O de conhecer por si. Não será dando a matéria pronta que faremos alunos melhores. O que importa é a qualidade no processo de construção do aluno. Não é por já estarmos acostumados com essa serviço cotidiano de pronta-entrega, que devemos passar aos nossos seres mais pensantes coisas desse tipo. Nós, enquanto professores, temos o dever de fazê-los pensar.
Neste sentido, o profesor é o operador de conceitos, o aventureiro de terras distantes, o mediador entre o fato histórico e a realidade nua e crua. Mas para podermos ser bons professores, precisamos nos colocar do lado dos alunos e nos perguntar e fazê-los perguntar e descobrir as suas próprias respostas, guiando-os para que não se percam em concepções errôneas que o dia-a-dia nos leva a crer através de seus massacres as palavras.
Texto base:
A compreensão de instituições do passado em crianças de 8 e 10 anos. Por: Anna Emilia Berti e Nadia Bortoli.
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