Pular para o conteúdo principal

Pontos históricos na Bahia registram o início da trajetória pela libertação do Brasil do jugo português

Flávio Novaes - Aqui Salvador


Pontos históricos na Bahia registram o início da trajetória pela libertação do Brasil do jugo português
O dia 1o de julho de 1823 foi de preparativos para a retirada das tropas portuguesas, àquela altura sitiadas em Salvador, que veria a fuga na madrugada do dia seguinte. Mas a luta pela libertação teve como primeiro grande acontecimento a lavratura da ata de 14 de junho de 1822, na vila de Santo Amaro, quase 13 meses antes do “Dia D”, o 2 de julho. Outras vilas do recôncavo também proclamaram dom Pedro I príncipe regente do Brasil, o que provocou lutas nos mares e campos baianos. Os fortes coloniais foram decisivos nas lutas. O da Salamina, no Rio Paraguaçu, evitou o acesso dos lusitanos. O de São Lourenço, na Ilha de Itaparica, ajudou as manobras de João das Botas, enquanto que o da Lagartixa, em Salvador, anunciou a cidade livre do jugo português. O general Labatut, preso em Maragogipe, as escaramuças em Pirajá e os movimentos no centro da cidade são algumas das passagens da grande vitória pela Independência do Brasil na Bahia.

***
Cachoeira

A CÂMARA da Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira reuniu-se no dia 25 de junho de 1822, quando adotou a mesma decisão política da vizinha Santo Amaro. No mesmo dia, a vila foi atingida por uma canhoneira portuguesa fundeada no Rio Paraguaçu, que deixou vários mortos e feridos. A população revidou e silenciou a embarcação. Começava a guerra pela Independência na Bahia.
Salamina

TAMBÉM CONHECIDO como Forte Santa Cruz, Taperende, Fortinho do Paraguaçu ou Forte da Barra do Paraguaçu, o Salamina, localizado próximo a Maragogipe, foi importante para evitar a passagem de tropas portuguesas que queriam adentrar o rio para chegar a Cachoeira. A força situada no forte impediu que um navio, que estava de posse dos cachoeiranos, fosse retomado pelos lusitanos.
Pirajá

O GENERAL Pedro Labatut arregimentou as tropas e ali se aquartelou, no dia 3 de novembro de 1822, centralizando pela primeira vez a administração do exército em guerra pela independência. No amanhecer do dia 8, começou a conhecida Batalha de Pirajá. Os portugueses recuam. Uma das versões atribui ao toque de avançar do corneteiro Lopes a vitória no combate.
Morro de São Paulo

ThoMAS COCHRANE, o lord Cochrane, contratado pelo imperador dom Pedro I e nomeado primeiro almirante do Brasil, resolveu se abrigar na baía do Morro de São Paulo, já em 1823, para executar operações da esquadra nacional. Da Baía de Tinharé, evitava o envio de suprimentos ao general Madeira de Melo, fechando o cerco a Salvador.
Casa da Torre

DE LÁ PARTIU força imprescindível para os combates finais. O morgado da Casa da Torre, Antonio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque d’Ávila Pereira, reuniu um batalhão de brasileiros para enfrentar os portugueses. Entre os soldados, índios tupinambás, seminus, armados de arco e flecha, com experiências de emboscadas, seguiram para o alto de Pirajá.
Soledade

RELIGIOSAS do Convento da Soledade teceram coroas de louros para os heróis que adentravam a cidade na manhã de 2 de julho de 1823. Mandaram construir, também, um arco triunfal, adornado com flores, em frente ao convento, para receber o exército brasileiro que chegava de Pirajá para Salvador.

Comentários

Top 5 da Semana

Uma Breve História de Maragojipe, por Osvaldo Sá

Obs.: Este blog é adepto da grafia Maragogipe com o grafema G, mas neste texto, preservamos o uso da escrita de Maragojipe com o grafema J defendida pelo autor. Uma Breve História de Maragojipe Por Osvaldo Sá A origem do município de Maragojipe, como a de tantos outros municípios do Recôncavo Baiano, remonta ao período do Brasil Colonial, durante o ciclo da cana-de-açúcar. Conta a tradição popular que a origem do município deveu-se à existência de uma tribo indígena denominada “Marag-gyp”, que se estabeleceu em meados do século XVI às margens do Rio Paraguaçu. Destemidos e inteligentes, mas adversos à vida nômade, esses indígenas dedicavam-se ao cultivo do solo, à pesca e a caça de subsistência, manejando com maestria o arco e flecha e também o tarayra (espécie de machado pesado feito de pau-ferro), com o qual eram capazes de decepar de um só golpe a cabeça do inimigo. Osvaldo Sá, 1952 - Aos 44 ano Segundo a tradição da tribo, os mais velhos contavam que suas pri...

Fotos antigas de São Félix, no Recôncavo da Bahia

Desde as primeiras décadas de sua existência a fotografia já mostrava o seu imenso potencial de uso. A produção fotográfica de unidades avulsas, de álbuns ou de coletâneas impressas abrangia um espectro ilimitado de atividades, especialmente urbanas, e que davam a medida da capacidade da fotografia em documentar eventos de natureza social ou individual, em instrumentalizar as áreas científicas, carentes de meios de acesso a fenômenos fora do alcance direto dos sentidos, as áreas administrativas, ávidas por otimizar funções organizativas e coercitivas, ou ainda em possibilitar a reprodução e divulgação maciça de qualquer tipologia de objetos. (leia mais em Fotografia e História: ensaio bibliográfico ) Neste sentido, a disponibilização de imagens fotográficas para o público leitor deste blog, é uma máxima que nós desejamos, pois a imagem revela muitos segredos.  Para ver mais fotografias: VISITE NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK Enchente em São Félix - cedido por Fabrício Gentil Navio da...

Prefeitos de Maragogipe, do final do Império à Atualidade

Durante os períodos de Colônia e Império, aos presidentes da Câmaras de Vereadores atribuíam se-lhes as disposições executivas. O plenário votava a matéria e o presidente executava a proposição aprovada. Dos presidentes da Câmara de Vereadores de Maragogipe, os que exerceram por mais vezes o cargo, foram o Pe. Inácio Aniceto de Sousa e Antônio Filipe de Melo. O primeiro, no meado do século XIX, eleito deputado à Assembléia Provincial, renunciou ao mandato, porque optou pelo de Vereador à Câmara de Maragogipe, e se elegeu presidente desta. Como Presidentes do Conselho Municipal Manuel Pereira Guedes      (1871 - 1874) Artur Rodrigues Seixas       (1875 - 1878) Antonio Filipe de Melo      (1879 - 1882) Dr. João Câncio de Alcântara (1883 - 1886) Silvano da Costa Pestana   (1887-1890) Com a República, cindiu-se o poder, adotando a corporação o nome de Conselho, e o executivo o de Intendente. Com este n...

Padres da Paróquia de São Bartolomeu de Maragogipe

A história de Maragogipe está ligada ao  culto de São Bartolomeu que data dos primórdios da sua vida, da época em que iniciava a sua formação, quando saía das trevas da vida selvagem para iniciar a sua marcha gloriosa na senda do progresso sob o signo o abençoado da Cruz Redentora. A devoção dos maragogipanos para com o Glorioso Apóstolo vem também dos seus primeiros dias, do tempo em que era ainda uma fazenda pertencente ao luso Bartolomeu Gato, e nela, encontramos o primeiro vigário da Paróquia de São Bartolomeu. A lista abaixo retrata um pouco desta história, as datas ao lado do nome é o ano de início de sua vida enquanto evangelizador. Todavia, em diversos nomes nós não encontramos a data específica, pois somente há deduções. Caso o leitor possa estar contribuindo com a mudança desta lista, pois ainda sim, acreditamos que esteja faltando alguns nomes, será muitíssimo interessante. Agradecemos antecipadamente. (Leia mais sobre " O Culto de São Bartolomeu ", escrito por Odi...

Sátira das Profissões, um documento egípcio que valoriza o escriba

Este é um trabalho de Pesquisa do Documento "Sátira das Profissões" escrito egípcios que contém incômodos existentes em cada tipo de trabalho, assim como a valorização do Escriba enquanto profissional. A leitura deste documento demonstra que a atividade intelectual era valorizada no Egito Antigo, muito diferente das atividades braçais que são classificadas de maneira grosseira pelo escritor do documento. O tema é curioso. É a história de um pai Khéti que conduz o filho adolescente Pépi para a escola de escribas da Corte por ser, segundo ele, a mais importante das profissões e durante a viagem da barca resolve comparar vários ofícios. Figura retirada do jogo Faraó, feito pela Sierra e sob licença da VU Games. Quais são as profissões do texto? As profissões descritas no texto são Ferreiro, Marceneiro, Joalheiro, Barbeiro, Colhedor de Papiro ou de Junco (que na verdade ele colhe o junco para daí fazer o papiro), Oleiro, Pedreiro, Carpinteiro, Hortelão, Lavrador, Tecelão, Por...