Texto publicado em 30/05/2005
Por: Marília Daros
No Site gramadosite.com
“O tempo devora seus próprios filhos”.!
Você já ouviu esta frase?
Muitas foram as vezes em que parei para pensar nisto, pois me preocupou sempre o descuido que a maior parte das pessoas têm, com relação ao passado.
O tempo se encarrega de apagar as marcas dos desenraizados.
Daqueles que não procuram preservar os vestígios dos antepassados. Que não respeitam as trilhas do cotidiano ocorrido na sua comunidade, nas suas áreas de convívio. O tempo faz esquecer! Com o tempo a gente esquece!
Até que ponto é válida esta afirmação?
É um estímulo um agouro?
Mas a resposta não está em mim, nem em você! Está no próprio tempo!
Nada que um pouco de leitura não explique, claramente, sem rodeios, na trajetória dos povos. Viaje comigo para dentro de um livro: “Pequena Mitologia”, de Mario Guedes Nylor, editado em 1933.
Mitologia é o uso da imaginação poética, para povoar a natureza física, o mundo espiritual, intelectual e moral dos seres humanos. Dentro deste simples conceito, aparece a Mitologia Grega, repleta de deuses e heróis lendários, cada um com seu significado distinto.
Assim aparece o CAOS, o espaço sem limites e EROS, o princípio da força atrativa.
Do CAOS surgiram URANO, o céu; GAIA, a terra; PONTO, o mar; EREBO, o inferno; NYX, a noite.
De URANO e GAIA, nasceram vários filhos, os TITÃS, entre eles CRONOS, que simboliza o tempo.
URANO é morto e CRONOS, seu filho, torna-se chefe, senhor dos deuses e se une a RÉA.
CRONOS é o tempo que na sua marcha incessante destrói todas as coisas por ele produzidas. Mas CRONOS, com medo de perder o poder, devora um a um seus filhos: é o tempo devorando seus próprios filhos!
Um destes filhos é ZEUS que é salvo pela mãe, RÉA, e levado para a ilha de Creta. Adulto, ZEUS destronou seu pai.
A vitória de ZEUS sobre CRONOS representa a imortalidade. ZEUS é a inteligência. ZEUS é o pai, entre tantos deuses, das MUSAS, deusas das artes.
ZEUS se une então a MNEMOSINE, deusa da memória.
Dentre as MUSAS, aparece CLIO, a musa que representa a história.
CLIO (a história) é filha de ZEUS (a inteligência) com MNEMOSINE (a memória) e é neta do CRONOS (o tempo).
Isto nos leva a analisar que não existe história sem memória e tempo. Que a história faz parte do tempo e que a memória organiza e encaminha a história, como uma mãe, ao filho.
A história não é, pois, um discurso apenas. Todos os “saberes” que envolvem o crescimento intelectual e físico do ser humano estão ligados ao tempo que conduz à história.
A inteligência divina, atribuída na mitologia a ZEUS, representa o dom divino que recebemos para fazer com que o tempo não nos devore, ou seja, que não devore a nossa própria história..
Hoje, durmo mais tranqüila.
Sempre acreditei que CLIO (a história) era a mãe do tempo.
Estava errada!
Ela é a neta !
CRONOS (o tempo) é que é o início desta meada e CLIO é a neta, é o futuro, que conta a história do tempo.
A geração futura que precisa lembrar do tempo, fazendo uso da memória, que é a mãe da história.
... E quem quiser que conte outra ...
Por: Marília Daros
No Site gramadosite.com
“O tempo devora seus próprios filhos”.!
Você já ouviu esta frase?
Muitas foram as vezes em que parei para pensar nisto, pois me preocupou sempre o descuido que a maior parte das pessoas têm, com relação ao passado.
O tempo se encarrega de apagar as marcas dos desenraizados.
Daqueles que não procuram preservar os vestígios dos antepassados. Que não respeitam as trilhas do cotidiano ocorrido na sua comunidade, nas suas áreas de convívio. O tempo faz esquecer! Com o tempo a gente esquece!
Até que ponto é válida esta afirmação?
É um estímulo um agouro?
Mas a resposta não está em mim, nem em você! Está no próprio tempo!
Nada que um pouco de leitura não explique, claramente, sem rodeios, na trajetória dos povos. Viaje comigo para dentro de um livro: “Pequena Mitologia”, de Mario Guedes Nylor, editado em 1933.
Mitologia é o uso da imaginação poética, para povoar a natureza física, o mundo espiritual, intelectual e moral dos seres humanos. Dentro deste simples conceito, aparece a Mitologia Grega, repleta de deuses e heróis lendários, cada um com seu significado distinto.
Assim aparece o CAOS, o espaço sem limites e EROS, o princípio da força atrativa.
Do CAOS surgiram URANO, o céu; GAIA, a terra; PONTO, o mar; EREBO, o inferno; NYX, a noite.
De URANO e GAIA, nasceram vários filhos, os TITÃS, entre eles CRONOS, que simboliza o tempo.
URANO é morto e CRONOS, seu filho, torna-se chefe, senhor dos deuses e se une a RÉA.
CRONOS é o tempo que na sua marcha incessante destrói todas as coisas por ele produzidas. Mas CRONOS, com medo de perder o poder, devora um a um seus filhos: é o tempo devorando seus próprios filhos!
Um destes filhos é ZEUS que é salvo pela mãe, RÉA, e levado para a ilha de Creta. Adulto, ZEUS destronou seu pai.
A vitória de ZEUS sobre CRONOS representa a imortalidade. ZEUS é a inteligência. ZEUS é o pai, entre tantos deuses, das MUSAS, deusas das artes.
ZEUS se une então a MNEMOSINE, deusa da memória.
Dentre as MUSAS, aparece CLIO, a musa que representa a história.
CLIO (a história) é filha de ZEUS (a inteligência) com MNEMOSINE (a memória) e é neta do CRONOS (o tempo).
Isto nos leva a analisar que não existe história sem memória e tempo. Que a história faz parte do tempo e que a memória organiza e encaminha a história, como uma mãe, ao filho.
A história não é, pois, um discurso apenas. Todos os “saberes” que envolvem o crescimento intelectual e físico do ser humano estão ligados ao tempo que conduz à história.
A inteligência divina, atribuída na mitologia a ZEUS, representa o dom divino que recebemos para fazer com que o tempo não nos devore, ou seja, que não devore a nossa própria história..
Hoje, durmo mais tranqüila.
Sempre acreditei que CLIO (a história) era a mãe do tempo.
Estava errada!
Ela é a neta !
CRONOS (o tempo) é que é o início desta meada e CLIO é a neta, é o futuro, que conta a história do tempo.
A geração futura que precisa lembrar do tempo, fazendo uso da memória, que é a mãe da história.
... E quem quiser que conte outra ...
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