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Maragogipe é a Capital de Preservação dos Mangues

ENCONTRO EM MARAGOGIPE



Maragogipe é a Capital de Preservação dos Mangues

O secretário estadual do Meio Ambiente Juliano Matos divulgou na última sexta-feira, dia 27, durante o encerramento do Encontro de Manguezais, em Maragogipe, no recôncavo baiano, uma nova política do governo em relação às áreas de preservação ambiental da Bahia, onde os mangues estão inseridos. A proposta passa pela sensibilização de outros setores da atual gestão, no sentido de desenvolver ações pro ativas, todas voltadas à preservação desse importante ecossistema.

No mundo existem cerca de 162.000 quilômetros quadrados de manguezais. O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países detentores desse ecossistema com cerca de 25.000 quilômetros quadrados de manguezais. Ele ocorre na quase totalidade do litoral brasileiro, do Amapá a Santa Catarina. Somente o Rio Grande do Sul não registra esse ecossistema em seu território.

Na Bahia, toda a região costeira é permeada por faixas de mangue, que são responsáveis pela principal fonte de sobrevivência de milhares de pessoas. Apesar da sua importância sócioambiental e econômica, os manguezais vêm sendo castigados pelo crescimento desordenado das cidades, especulação imobiliária, supressão de vegetação, e empreendimentos predatórios.

O encontro de Maragogipe, eleita Capital Nacional de Educação Ambiental em Áreas de Manguezal, reuniu, durante dois dias 26 e 27 de julho, pescadores, marisqueiras, ambientalistas, representantes de ong?s , comunidades e órgãos públicos , além de outras entidades representativas da luta pela preservação do meio ambiente.

Com uma organização cuidadosa, o evento abriu espaço para reivindicações e denúncias das populações tradicionais que utilizam o manguezal. Representante da comunidade de São Francisco do Paraguaçu, a marisqueira Maria das Dores de Jesus, 65 anos, chamou a atenção do público presente ao encontro. Depois de cobrar um mangue limpo, além de saúde e paz para seus filhos, dona Maria exclamou ...o mangue somos nós...e o mangue é livre.

À voz da marisqueira se juntou o relato do representante da Reserva Extrativista de Canavieira, Carlos Alberto Pinto. Ele responsabilizou as fazendas de carcinicultura instaladas na região pelas agressões contra os manguezais da Reserva. Os donos das fazendas de camarão, a maioria delas licenciadas às cegas pelo governo passado, não só degradam os mangues como querem impedir a nossa organização, afirmou.

Também presente ao Encontro dos Manguezais, a diretora geral do Centro de Recursos Ambientais do Estado, Beth Wagner, que pregou a unificação de ações entre todos os atores envolvidos na preservação do patrimônio ambiental baiano. Beth Wagner anunciou ainda um programa de fiscalização do CRA voltado para a atividade da carcinicultura. Estamos coletando informações muito mais precisas sobre a atividade. A partir daí vamos desenvolver uma fiscalização mais eficaz, declarou, afirmando que o CRA e o sistema Semarh estão atentos a todos os problemas das resex no Estado.

Artur Carmel
ASCOM/CRA
Retirado do Site :www.seia.ba.gov.br/noticias.cfm?idnoticia=3552

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