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Sala de Pesquisa do Arquivo Público Municipal recebe o nome do historiador baiano Ubiratan Castro


Por Alzira Costa

A Sala de Pesquisa do Arquivo Público Municipal de Cachoeira, que será aberta ao público nesta quarta-feira, dia 13 de março, data do aniversário da cidade histórica, terá o nome do professor e historiador Ubiratan Casto, ex-diretor da Fundação Pedro Calmon, ligada à Fundação Cultural do Estado da Bahia(Funceb). O prefeito de Cachoeira, Carlos Pereira, decidiu prestar a homenagem póstuma ao professor Ubiratan Castro, pela dedicação deste em vida à luta pela preservação da memória do povo da Bahia. Meses antes do seu falecimento, o historiador esteve em Cachoeira para articular uma parceria da prefeitura e a Fundação Pedro Calmon com a finalidade de implantar na cidade um memorial da cultura afrobrasileira. “Nada mais justo do que prestar essa homenagem ao professor, dando o seu nome à Sala de Pesquisa do Arquivo Público de Cachoeira, considerado um dos mais importantes do Brasil”, disse Carlos Pereira.

Nascido em Salvador, em 22 de dezembro de 1948, Professor Doutor Ubiratan Castro de Araújo exercia, desde 2007, o cargo de diretor-geral da Fundação Pedro Calmon. Em sua formação acadêmica, era Doutor em História pela Université Paris IV-Sorbonne, Mestre em História pela Université Paris X-Nanterre, Licenciado em história pela Universidade Católica do Salvador e Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia.

Era membro da Academia de Letras da Bahia, onde ocupava a cadeira 33, cujo patrono é o poeta abolicionista Castro Alves. Foi diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais da Ufba (CEAO), presidente do Conselho para o Desenvolvimento das Comunidades Negras de Salvador (CDCN) e é Irmão Professo da Venerada Ordem do Rosário de Nossa Senhora dos Homens Pretos a Portas do Carmo, localizada na Igreja do Rosário dos Pretos no Largo do Pelourinho.

No primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (entre 2003 e 2006), Ubiratan Castro de Araújo trabalhou com o ministro da Cultura, Gilberto Gil, presidindo a Fundação Cultural Palmares. Desde 2007, integra o Governo Jaques Wagner, sendo diretor-geral da FPC. Entre os prêmios e títulos que recebeu, destacam-se a Medalha do Bicentenário da Restauração Portuguesa da Academia Portuguesa de História, o Troféu Clementina de Jesus da União dos Negros pela Igualdade (Unegro), a Medalha Zumbi dos Palmares da Câmara Municipal de Salvador e, a mais recente, a Comenda da Ordem Rio Branco, condecoração oferecida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil. É autor dos livros: A Guerra da Bahia, Salvador Era Assim - Memórias da Cidade, Sete Histórias de Negro (primeiro trabalho ficcional do autor) e Histórias de Negro.

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